domingo, 12 de novembro de 2017

A paisagem estado de alma



I
-Escreve – grita a voz à mão escrevinhadora.
A paisagem é outoniça em conformidade com o estado de alma.
- Ariel e Pessoa – sussurra a voz. – Apaga, acabaste de ler os Esteiros e o gozo a essa tirada do intelectual face às cheias do Ribatejo.

Fogos em outono estival. Arde a paisagem.
- Então? Arde o estado ou arde a alma?

II
-Não era esse o caminho de abertura. Apaga. O texto não pode ser datado, Há outonos sem fogos. Os cinzentos apagadores. Os que geram a saudade dos outonos quentes e solarengos de belas cores. Claro, sem fogos. Apenas belos.

Estados de alma outonais.

12 de novembro de 2017

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