sábado, 22 de maio de 2010

HALLEY , NEWTON E O COMETA DA RÉPUBLICA

O centenário da República faz recordar o centenário da visita assustadora do cometa Halley, visto como o causador do fim do mundo com o veneno dos seus gases.
Em 18 de Maio de 1910, o cometa Halley assustara os portugueses e foi lido,  posteriormente, por muitos, como tendo trazido o fim da monarquia portuguesa e o início da República, a 5 de Outubro desse mesmo ano.
Edmund Halley  (1656-1742), astrónomo amador, observara o cometa em 1682, e, deveras intrigado, procurou a opinião de Isaac Newton acerca de que força  poderia controlar o movimento do cometa. Por sua vez, esse cientista insigne tinha estado a observar o cometa com o telescópio reflector por si inventado e pôde responder que «a força que se exerce sobre o cometa é inversamente proporcional ao quadrado da sua distância ao Sol» e que «a sua trajectória seguia a sua lei de gravitação que desenvolvera vinte anos antes» (KAKU, 2010: 43).
Halley, surpreendido com a monumental descoberta de Newton, ofereceu-se para custear a publicação da nova teoria. E foi assim que, em 1687, Newton pôde publicar «o seu épico trabalho» Princípios Matemáticos da Filosofia Natural. Com esta obra, os cientistas, desconhecedores das leis mais importantes do sistema solar, ficaram habilitados a prever o movimento dos corpos celestes.
Grande foi o impacto da obra de Newton na Europa, traduzido desta forma poética por Alexander Pope (1688-1744):

«A Natureza e as suas leis estavam ocultas na noite,
Deus disse: Faça-se Newton! E tudo foi luz.»
(apud KAKU, 2010: 43)