segunda-feira, 14 de abril de 2014

Romeirinhos



Romeirinhos a S. Bentinho de Trás do Hospital de S. Marcos de Braga

Maria Ondina Braga, no texto «Como A Fénix», em Vidas Vencidas, escreve sobre os romeirinhos, que, à quinta-feira, se dirigiam para a capelinha do santo, atrás do Hospital de S. Marcos. A Tia Glória não resistia e acompanhava-os, pois era ele o advogado contra males ruins e verrugas. E «a capelinha à cunha, o gradão escancarado, velinhas a arder».
Na minha infância também pertenci a um grupo de romeirinhos: nove meninas, cada uma com um raminho de flores. Os adultos acompanhantes cantavam quadras adequadas a cada momento da peregrinação. Apenas me lembrava da quadra das «belinhas a arder». Pedi ajuda a uma amiga, que recolheu as quadras seguintes em S. Mamede de Este.

Ó meu S. Bentinho
Estamos a sair
Abrei-nos a porta
Para nos ouvir

Para nos ouvir
Ainda mais também
Ó meu S. Bentinho
Para sempre amen

Para sempre amen
Como a neve pura
Ó Salve Rainha
Ó vida doçura

Ó meu S. Bentinho
De trás do hospital
Tu deste saúde
A quem estava mal

A quem estava mal
E aos outros também
Ó meu S. Bentinho
Para sempre amen

Ó meu S. Bentinho
Estrela da manhã (manhão)
Vós deste saúde
À nossa irmã (irmão)

À nossa irmã (irmão)
Ainda mais também
Ó meu S. Bentinho
Para sempre amen
                          
Ó meu S. Bentinho
Que estais no altar
Abrei-nos a porta
Queremos entrar

Ó meu S. Bentinho
A capela cheira
A cravo a rosa
A flor de laranjeira

Ó meu S. Bentinho
Velinhas a arder
Se elas se apagarem
Tornam-se a acender

Acendiam-se as velas, ofereciam-se as flores e seguia-se um momento de oração.