1. De Homero a Pessoa
A transformação do pacífico Ulisses, rei de Ítaca, em guerreiro ardiloso da guerra de Tróia, e a viagem errante de regresso a casa constituem matéria dos poemas homéricos.
A história do herói grego errante (que luta contra forças maiores para regressar a casa depois de uma guerra indesejada e desaprovada) pode ser lida como a história do ser humano, o qual, sem ter dado permissão e concordância, viaja no planeta Terra pelo cosmos, enquanto estuda o mundo envolvente e tenta vislumbrar o sentido (ou a falta de sentido) dessa viagem, bem como as leis que a regem.
É impressionante saber que esta história longínqua viajou no tempo, em canto de aedos, sintetizados no nome glorioso de HOMERO, até chegar à escrita. Ele é o mais antigo pilar literário da literatura ocidental. Também por isso, Ricardo Reis, o heterónimo pessoano de gosto classicista, escreveu: «deve haver, no mais pequeno poema de um poeta, qualquer coisa por onde se note que existiu Homero». Esta afirmação já apontava não só para a modernidade, mas para a pós-modernidade, no assumir, às claras, a polifonia literária e a intertextualidade.
A transformação do pacífico Ulisses, rei de Ítaca, em guerreiro ardiloso da guerra de Tróia, e a viagem errante de regresso a casa constituem matéria dos poemas homéricos.
A história do herói grego errante (que luta contra forças maiores para regressar a casa depois de uma guerra indesejada e desaprovada) pode ser lida como a história do ser humano, o qual, sem ter dado permissão e concordância, viaja no planeta Terra pelo cosmos, enquanto estuda o mundo envolvente e tenta vislumbrar o sentido (ou a falta de sentido) dessa viagem, bem como as leis que a regem.
É impressionante saber que esta história longínqua viajou no tempo, em canto de aedos, sintetizados no nome glorioso de HOMERO, até chegar à escrita. Ele é o mais antigo pilar literário da literatura ocidental. Também por isso, Ricardo Reis, o heterónimo pessoano de gosto classicista, escreveu: «deve haver, no mais pequeno poema de um poeta, qualquer coisa por onde se note que existiu Homero». Esta afirmação já apontava não só para a modernidade, mas para a pós-modernidade, no assumir, às claras, a polifonia literária e a intertextualidade.