sexta-feira, 31 de julho de 2015

O GRITO DA ROLA




Teu grito primeiro alerta
Do dia a clarear
«Existo» repetes tu
Sempre sempre sem parar

As rolas da minha infância
Em poema a recitar
Inocentinhas gemiam
Humildes e sem falar

E o mundo a rolar
Com um povo a temer
Meio século a passar
E a rola a gemer

Grita o povo grita a rola
Eu também quero gritar
«Existo» gritamos todos
Neste tempo a rolar

No alto daquele pinheiro
Onde ela está a gritar
Acerta o tiro certeiro
Para aquela voz calar

Jaz a rola inocentinha
No duro daquele chão
Ninguém cala aquele coro
À volta do seu caixão

«Existo» e tenho direito
De gritar como eu quiser
Cansado está o povo
De dobrar e de gemer

Poesia zed, 31 de Julho 2015