O
rio do tempo passa devorando flores e amores
Passeiam
na margem os contempladores
Centenários
plátanos espelham-se nas águas do Letes
Meninas
de branco dão as mãos e olham interiores
Plenos
de sonhos e desejos de amores
As
águas cantam e choram alegrias e tristezas
Do
bando chilreante da brancura que a negrura guarda
Voar
em busca do futuro depois da curva do rio
Que
esconde novos seres a descobrir e a criar
E as
meninas de branco a aguardar
De
olhos glaucos na curva do rio
Sentem
no corpo o desejo forte do amor
É a
ele que amam com fervor
Ele
é o guia do devir
Aos
pares vão banhar-se nas águas sanguinolentas
Da
procriação ininterrupta que alimenta o mundo
O
coração dilata-se e é uma casa grande
Abre-se
a mesa e todos ceiam
Este
é o meu corpo
poesia zed, 2 de janeiro