- Que título estranho o desse livro de Fernando Pessoa!
- De facto, Rubaiyat é um nome árabe. Há quem traduza por "canções de beber". A edição crítica optou pelo título árabe da obra do persa inspirador e autor do século XI-XII: Omar Khayyan.
- Como terá chegado até Pessoa?
- Certamente, através da tradução de Edward Fitzgerald, Rubaiyat of Omar Khayyam.
- Existe essa obra na biblioteca de Pessoa?
- Sim, e toda preenchida, nos espaços em branco, por ele. Tudo isso está a ser digitalizado, para que possamos aceder aos seus livros, sem sair de casa.
- Que escreveu ele no livro?
- Ele traduziu do inglês alguns rubai (quadra decassilábica, com o esquema rimático aaba) ou parte deles e criou outros. Tudo isso aparece nesta edição que estou a ler.
- Afinal que significa Rubaiyat?
- Um conjunto de rubai, acerca do vinho, como sedativo e ilusão perante a ilusão/desilusão do mundo e da vida, de um sábio marginal e solitário.
- Um encontro de sábios, através dos tempos, bebendo um copo, enquanto dialogam.
- A intertextualidade permite que isso aconteça, num diálogo infinito através de obras. E Pessoa cultiva-a, em diálogo de textos.