ANTO
Caprichos de lilás, febres esguias.
Enlevos de ópio – Íris-abandono…
Saudades de luar, timbre de
Outono,
Cristal de essências langues,
fugidias…
O pajem débil das ternuras de
cetim,
O friorento de carícias magoadas;
O príncipe das Ilhas transtornadas
–
Senhor feudal das Torres de
marfim…
Lisboa
1915 – fevereiro 14[1]
Sob
o signo de António Nobre, depois de um intervalo, Mário recomeça a escrever,
dedicando estas duas quadras ao poeta de SÓ. Salienta Cabral Martins[2] que
esse poema é o único de Sá-Carneiro sobre um poema e poderá ser
considerado uma homenagem a António Nobre e à sua poesia com a qual mantém uma relação intertextual em certos poemas, nomeadamente, Caranguejola com Males de Anto.
MJD.