Sempre na primavera
Um Cristo prometaico eternamente crucificado
Grita contra o pai que anualmente
Exige o sacrifício da subida ao Gólgota
Em vias-sacras repetidas à exaustão
Sob o olhar da criança que chora
No tempo prometido de flores
Cristo caminha lentamente para a morte
Durante quarenta dias e quarenta noites
Pelos séculos sem fim
A criança chora ciclicamente
Até ao desespero do desamparo
Na subida íngreme
Na subida íngreme
Ninguém acode a tanta dor
Nem deus a nosso senhor
Março de 2016
Poesia zed
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