Condição
humana
Nascer
condenado à morte é dor de existir com perdas e lutos de amor.
Mezinhas
e crenças acolchoam a ferida a sarar, a sangrar.
Figas e
negas, esquecimento na labuta dos dias – a sobrevivência.
Punhal
afiado em pêndulo da ceifeira de vidas vem e vai.
Penetra
fundo no coração e sai em grito de raiva prometaica,
Desafiando
os deuses indiferentes com quem negoceio a eternidade:
Que não
seja hoje nem amanhã nem nunca…
Na
certeza da condenação.
Aceitação
- e porque não?
Que
deuses nos prometeram a eternidade,
Para que
a desejemos?
Morre a
árvore, a mosca e o leão…
E tu,
não?
És o
espaço da interrogação revelada,
Apenas tu
- bichos e árvores, não.
Dentro de
ti, o pensamento: tu e o mundo,
Na
caminhada rumo à questão do ser-aí.
Com
projetos e contestação, entra na dança.
Não
esqueças:
Tu és
sujeito de mudança.
E não
estás só: tu e o outro -
Fonte de
alegria, fonte de preocupação…
Mas não
te percas, ó único, tu és intérprete do mundo,
que nos
integra no vasto Cosmos,
Quais
borboletas feitas do pó das estrelas.
A
angústia é humana e salutar,
É ampla e
faz pensar,
No salão
da consciência – palco da reflexão,
Podes
optar e decidir pela Liberdade
De temer,
de sofrer, de amar
E de
filosofar.
Poesia
zed – 29 de maio de 2015