Diálogo 1.
- Os bons professores manifestaram-se ontem em Lisboa, por um ensino de qualidade.
-Ah! Eu pensava que tinha sido antes contra a avaliação legislada.
-Não, não, eles estão todos de acordo acerca da avaliação dos alunos. Os professores são os avaliadores.
- Eu falava da avaliação dos professores.
- Disso nem se pode falar. Professores são avaliadores. Por isso, não podem ser avaliados.
- Não sei se estou de acordo. Em democracia, ninguém deveria ter a faca e o queijo na mão. Regride o queijo e a faca permanece inalterável.
- De facto, nessa metáfora, ninguém progride.
Se os professores não fossem avaliados, os métodos de ensino não progrediriam e nós, como alunos, teríamos de aguentar um ensino antiquado impróprio para o século XXI.
ResponderEliminarjoana, obrigada pelo teu comentário.
ResponderEliminarSer avaliado é sempre constrangedor, por isso, a imposição de uma avaliação a uma classe gera desconforto, muito mais quando essa avaliação pretende modificar métodos e comportamentos e é introduzida no interior do sistema de ensino.
Penso que os professores preferem uma avaliação externa à moda da que foi, em tempos, introduzida por Manuela Ferreira Leite, pois essa não mexe com os métodos e processos da aprendizagem dos alunos, mas só com o professor, que se sujeita a «provas públicas de acesso" a um determinado grau de progressão. E assim o ensino continuaria na mesma...
Ficar como dantes... progredir automaticamente pelo tempo de serviço... talvez seja o sonho de muitos professores. Era tão confortável!
Acho que se deve mesmo mexer com as práticas e processos de ensino e todo aquele que avalia também deve ser avaliado e auto-avaliar-se. Só assim será capaz de ser capaz de meditar com mais qualidade na própria avaliação dos seus alunos. Não estaremos constantemente a avaliar? Ondina
ResponderEliminarParece-me urgente existir um sistema regulador que avalie os professores e que melhore as práticas e os métodos e processos de aprendizagem. Se os professores avaliam os alunos, e avaliam as suas práticas constantemente devem avaliar-se entre pares para o sistema se auto-regular permitindo a sua melhoria. Não é função do professor avaliar e auto-avaliar-se constantemente? Os professores questionam o que fazem em função dos resultados que obtêm, mudam as estratégias, alguns até recorrem à investigação-acção para entender o que se passa nas suas turmas... Se existem professores que se preocupam por aprender até morrer para permitir uma melhor qualidade de ensino será justo continuar tudo na mesma? Ondina
ResponderEliminarComo me revejo nestas considerações da autora do "Aprender até Morrer", a seniora, e, nas da Ondina. Percepciono que os nossos colegas, em geral, estão de acordo que a avaliação é um requisito para a introdução sistemática e sistémica de qualidade no sistema educaivo. Mas há um MEDO, de fundo, constrangedor e, por consequência, inibidor da realização do construto inicial. Mas como destruir o MEDO e restaurar a ideia simples de que é bom e válido, para toda a Comunidade, distinguir o trigo do joio?
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