domingo, 5 de junho de 2016

Agosto



 Tempo branco de suspiros feitos com as ondas claras
Buraco no tempo sem hora nem desora
Açúcar a derreter em palato luxuriante no calor de Agosto
A arrefecer a contragosto dos corpos insatisfeitos
Mergulhados em água azul de peixes e alforrecas
A desmaiar flacidamente na areia dourada.

Brincam as crianças
Voam os olhares
Esquece-se a vida
Na busca do instante
Na foto no vídeo
Agarra que agarra
O tempo a fugir
Canta a cegarrega
Não quero dormir
Em filigrana se tece
O dia a dia a sorrir

Vestem-se de afetos
Fatos a rigor
A trama é delicada
Cuidado não rasgues
Causa muita dor.

2015
poesiazed

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