Amo eternamente as
amigas que partem sem dizer adeus
com mãos de açucenas e
rosas brancas em paragem de mil trabalhos
Não há acenos que
agitem a chama das velas em silêncio
Enlouquecem os rios
que moram nas entranhas e desaguam no vazio
Que emerge sob o sol
escaldante da mágoa
E numa fraga o grito
aberto ecoa a dor que preside à existência
Crocitam os corvos
embelezados de ébano em revoada
O dia é de enganos
Que não seja hoje que
não seja hoje
A Primavera
intumescida de seiva rebenta
Em flores chilreios
zumbidos
Que não seja hoje
Apaziguo com missas e
sortilégios
as mágoas que
enegrecem os dias de luto tenaz
Da morte anunciada a
todos os que respiram
na certeza do estertor
final
Em avião assassino
Em bote mediterrânico
ou em camas de delícia
e dor
Que não seja hoje
1 de Abril 2015- a pensar Isabel
zed, diário 2015
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