Quando na manhã de Junho o navio ancorou em Hydra
(E foi pelo som do cabo a descer que eu soube que ancorava)
Saí da cabine e debrucei-me ávida
Sobre o rosto do real — mais preciso e mais novo do que o imaginado
Ante a meticulosa limpidez dessa manhã num porto
Ante a meticulosa limpidez dessa manhã num porto de uma ilha grega
Ante a meticulosa limpidez dessa manhã num porto de uma ilha grega
O teu ambíguo nome
Invoquei a tua sombra transparente e solene
Como esguia mastreação de veleiro
E acreditei firmemente que tu vias a manhã
Porque a tua alma foi visual até aos ossos
Impessoal até aos ossos
Segundo a lei de máscara do teu nome
Creio nas árvores que têm raízes mergulhadas
ResponderEliminarNum vasto seio de sono e de silêncio
Donde se arrancaram como um voo
Creio nas árvores que estão junto dos rios
Dando sombra aos pastores e às águas
Creio nas palavras ditas debaixo dos seus ramos
Creio na ninfa presa nos seus troncos.
Sophia de Mello Breyner Andresen, , in CORAL.
Coral
EliminarIa e vinha
E a cada coisa perguntava
Que nome tinha
Sophia de Mello Breyner Andresen, , in CORAL.