domingo, 23 de agosto de 2015

Leyla Perrone-Moisés, Fernando Pessoa – Aquém do eu, além do outro Polémica pessoana: Jacinto Prado Coelho e Adolfo Casais Monteiro

Fernando Pessoa: «a vida não basta»
A Leyla Perrone-Moisés
As duas comungamos a obra de Fernando Pessoa. Eu, como leitora e estudiosa, a Leyla, muito para além disso, como crítica literária.
Foi a afinidade pessoana que colocou a sua obra na minha mão, numa busca em alfarrabista, aquando de uma visita a Lisboa. Acontece que o proprietário dos alfarrábios da Livraria Antiga do Carmo é um bibliófilo conhecedor de cada livro daquele imenso amontoado. Dando-lhe a conhecer o que procurava, ele orientou a minha busca. E foi aí que surgiu a obra: 
 


Nada de mais, dirá. A surpresa veio ao virar das folhas.
Na primeira folha, a lápis, está o preço: 15€; na segunda folha, o título; na terceira, o nome da autora, o título e a editora; no verso dessa página, encontra-se a folha de rosto e fica-se a saber que estamos perante um exemplar da 1ª edição, datada de junho de 1982, copyright by Livraria Martins Fontes Ltda., São Paulo, 1982, e que a capa tem por base a obra de Costa Pinheiro, «Fernando Pessoa Ele-mesmo com a minha chávena de café, um pincel e um lápis meus e a sua caneta», com arranjo gráfico de Adelmo M. Suzuki. Qualquer leitor pode confirmar os dados impressos com a obra na mão. Até aqui nada de novo. Segue-se a folha da dedicatória: «Em memória de Casais Monteiro, para Mabi, João Paulo e Cláudio».
Por baixo destes dizeres, em bela e ampla caligrafia desenhada pela mão da autora, encontra-se a seguinte dedicatória:
«Para Jacinto do Prado Coelho,
com quem todos os pessoanos têm aprendido tanto,
a admiração e a amizade
da
Leyla Perrone Moisés
 S. Paulo, 4 de Agosto de 1982».

Nem podia acreditar que tinha em mãos uma primeira edição autografada pela autora e com dedicatória a tão ilustre pessoano e sábio literário. Perguntava-me como teria ido parar tal livro ao alfarrabista. Estávamos em 2006. Jacinto do Prado Coelho morrera em 1984. Restava o filho. Passou-me pela cabeça telefonar-lhe a dar conta do achado. Contudo, seria constrangedor, caso ele tivesse vendido parte do espólio. Acarinhando a obra, li-a e vou relê-la, tecendo alguns comentários.
I. Ainda o paratexto
1. O título da obra de Leyla Perrone-Moisés, Fernando Pessoa – Aquém do eu, além do outro, levanta polémica com Jacinto do Prado Coelho.
Para Leyla, «todo trabalho sobre Fernando Pessoa é uma indagação sobre a identidade». A autora afirma que «Pessoa “ele  mesmo” é um lugar vago, mas as questões levantadas pela coterie Pessoa são uma sobra». E explica que ele se anulou como pessoa, ficando «aquém do eu»; ficando «além do outro» ao aventurar-se na experiência da alteridade absoluta, perdendo a possibilidade de encontrar a unidade. Esta tese contraria a de Jacinto do Prado Coelho, explanada na obra Diversidade e Unidade em Fernando Pessoa (1ª edição em 1949), que passo a citar: «A minha tese é outra: a de que a própria diversidade (sinal de portentosa riqueza espiritual) vale como expressão dramática de identidade. Se “fingir é conhecer-se” - é também dar-se a conhecer». Prado Coelho deu o devido valor às declarações de Fernando Pessoa, ao explicar, em carta, a João Gaspar Simões: «O ponto central da minha personalidade como artista é que sou um poeta dramático, tenho, continuamente em tudo quanto escrevo, a exaltação íntima do poeta e a despersonalização do dramaturgo. Voo outro – eis tudo». E acrescentou: «Desde que o crítico fixe, porém, que sou essencialmente poeta dramático, tem a chave da minha personalidade […]».

2. A obra de Leyla é dedicada em primeira instância à «memória de Adolfo Casais Monteiro» (Porto, 4 de Julho de 1908 – Julho de 1972), de quem Leyla foi aluna, certamente na Universidade Estadual de S. Paulo, pois ele, como tantos outros intelectuais opositores ao regime salazarista, refugiara-se no Brasil, em 1954. Com o professor, Leyla diz ter aprendido aquilo que Pessoa traz como inovação à poesia portuguesa: «a expressão intelectual de uma emoção, a troca dos vocabulários da emoção e da inteligência, uma nova linguagem, que já não era a da razão, nem a do sentimento, que aludia a um plano até aí ignorado pela nossa poesia, e – coisa de primacial importância – a voz mais musical que jamais nela se fizera ouvir».

2.1. Adolfo Casais Monteiro trocou correspondência com Fernando Pessoa, considerada essencial para o estudo da obra pessoana. Ele é o destinatário da célebre carta do poeta a explicar a criação dos heterónimos, datada de 13 de Janeiro de 1935, da qual transcrevo:
«(Em eu começando a falar — e escrever à máquina é para mim falar — , custa-me a encontrar o travão. Basta de maçada para si, Casais Monteiro! Vou entrar na génese dos meus heterónimos literários, que é, afinal, o que V. quer saber. Em todo o caso, o que vai dito acima dá-lhe a história da mãe que os deu à luz).
Aí por 1912, salvo erro (que nunca pode ser grande), veio-me à ideia escrever uns poemas de índole pagã. Esbocei umas coisas em verso irregular (não no estilo Álvaro de Campos, mas num estilo de meia regularidade), e abandonei o caso. Esboçara-se-me, contudo, numa penumbra mal urdida, um vago retrato da pessoa que estava a fazer aquilo. (Tinha nascido, sem que eu soubesse, o Ricardo Reis).
Ano e meio, ou dois anos depois, lembrei-me um dia de fazer uma partida ao Sá-Carneiro — de inventar um poeta bucólico, de espécie complicada, e apresentar-lho, já me não lembro como, em qualquer espécie de realidade. Levei uns dias a elaborar o poeta mas nada consegui. Num dia em que finalmente desistira — foi em 8 de Março de 1914 — acerquei-me de uma cómoda alta, e, tomando um papel, comecei a escrever, de pé, como escrevo sempre que posso. E escrevi trinta e tantos poemas a fio, numa espécie de êxtase cuja natureza não conseguirei definir. Foi o dia triunfal da minha vida, e nunca poderei ter outro assim. Abri com um título, O Guardador de Rebanhos. E o que se seguiu foi o aparecimento de alguém em mim, a quem dei desde logo o nome de Alberto Caeiro. Desculpe-me o absurdo da frase: aparecera em mim o meu mestre. Foi essa a sensação imediata que tive. E tanto assim que, escritos que foram esses trinta e tantos poemas, imediatamente peguei noutro papel e escrevi, a fio, também, os seis poemas que constituem a Chuva Oblíqua, de Fernando Pessoa. Imediatamente e totalmente... Foi o regresso de Fernando Pessoa Alberto Caeiro a Fernando Pessoa ele só. Ou, melhor, foi a reacção de Fernando Pessoa contra a sua inexistência como Alberto Caeiro.
Aparecido Alberto Caeiro, tratei logo de lhe descobrir — instintiva e subconscientemente — uns discípulos. Arranquei do seu falso paganismo o Ricardo Reis latente, descobri-lhe o nome, e ajustei-o a si mesmo, porque nessa altura já o via. E, de repente, e em derivação oposta à de Ricardo Reis, surgiu-me impetuosamente um novo indivíduo. Num jacto, e à máquina de escrever, sem interrupção nem emenda, surgiu a Ode Triunfal de Álvaro de Campos — a Ode com esse nome e o homem com o nome que tem.
Criei, então, uma coterie inexistente. Fixei aquilo tudo em moldes de realidade. Graduei as influências, conheci as amizades, ouvi, dentro de mim, as discussões e as divergências de critérios, e em tudo isto me parece que fui eu, criador de tudo, o menos que ali houve. Parece que tudo se passou independentemente de mim. E parece que assim ainda se passa. Se algum dia eu puder publicar a discussão estética entre Ricardo Reis e Álvaro de Campos, verá como eles são diferentes, e como eu não sou nada na matéria» (http://arquivopessoa.net/textos/3007).
2.2. Jacinto do Prado Coelho e Adolfo Casais Monteiro polemizaram como críticos sobre questões literárias pessoanas, a partir da obra Unidade e Diversidade em Fernando Pessoa. Disso nos dá conta o autor dessa obra no texto apenso à 9ª edição, intitulado «Notas à margem de alguns livros sobre Fernando Pessoa posteriores ao presente ensaio». Prado Coelho considera cómoda a posição daqueles que, «declarando inefável a essência de toda a poesia verdadeira e proclamando Fernando Pessoa, com perfeita justiça, um grande e genuíno poeta, ficam dispensados de exercer sobre a obra de Pessoa a inteligência crítica» e decretam a nulidade de todos os esforços de compreensão por outros realizados, limitando-se, assim, à voz, à música, à linguagem. Neste grupo incluia Casais Monteiro, que criticara a sua obra, sobretudo a parte respeitante a Caeiro. Valorizando significante e significado, Prado Coelho termina essa parte textual com o destaque do sentido poemático através de uma citação que ouvira a Roland Barthes: «a missão do poeta não é dar um sentido ao mundo, é, sim, encher o mundo de sentido».
Leyla apoia e desenvolve a tese de Casais Monteiro e, tendo por texto oculto possível a tese de Prado Coelho, referida como «o logro dessa unidade subjetiva», ela escreve: «Apesar das respeitáveis tentativas críticas de recuperar, em Pessoa, uma unidade e um centro, o convívio com sua poesia revela, a cada passo, que essa unidade e esse centro estão nele irremediavelmente negados». Contrapõe então «as linhas» de Jacques Lacan, evitando o «biografismo positivista» de Gaspar Simões e dando relevo sobretudo ao texto literário que «como diz Lacan não é mero “arranjo de restos biográficos”; a única psicografia válida é a que está na obra de Pessoa». Acentua a autora que a leitura lacaniana de Pessoa contradirá outras leituras e ela se oporá a uma leitura psicológica, baseada na unidade e na verdade profunda do indivíduo, preferindo a psicanálise de Freud lida, interpretada e aplicada por Jacques Lacan.

3. A epígrafe da obra de Leyla transcreve de Fernando Pessoa: «A literatura, como toda a arte, é uma confissão de que a vida não basta».
A dita frase pertence ao texto de Fernando Pessoa que passo a transcrever:

«IMPERMANENCE - A mesquinhez
IMPERMANENCE
A mesquinhez, a estreiteza imaginativa são os vícios definidores da nossa época.
Somos incapazes de escrever, ou de querer escrever, ou de saber ler sem escrever, epopeias. Em compensação, escrevemos romances.
O romance é o conto de fadas de quem não tem imaginação. Todos nós, ou inferiores, ou em momentos de inferioridade, sonhamos com atitudes (...) da vida real. Sonhamos também, é certo, com o longínquo; mas isso [...] é, em todo o caso, a poesia da mesquinhez. Tout notaire, dizia G. Flaubert, a rêvé de sultanes. O ajudante de notário, porém, sonha apenas com uma sucessão de acontecimentos [ ?] em que entra a vizinha possível, o marido dela, ele galã, e assim por diante.
A literatura, como toda a arte, é uma confissão de que a vida não basta. Talhar a obra literária sobre as próprias formas do que não basta é ser impotente para substituir a vida.» (
http://arquivopessoa.net/textos/3582).
É então a demasia que é preciso escrever para que haja literatura.
 Pessoa afirma: «O encontrar em tudo um além – é justamente a mais notável e original feição da nova poesia portuguesa».
Mário de Sá-Carneiro e Pessoa trabalham a amplificação para atingirem o mais além impossível. A «amplificatio» é considerada por Lausberg como «o meio principal para obter credibilidade» – com a consciência de que os «objectos da amplificação são os pensamentos, com repercussões sobre a formulação linguística». Pessoa explica como conseguir a “amplificação”, identificada com a «total largueza espiritual»: «desdobrando-lhe as inconscientes tendências filosóficas ou religiosas em detalhes intelectuais e espirituais». Em processo de amplificação interior e artística, em busca da totalidade, o excesso de riqueza interior sentida pelos dois poetas transportava-os para «a arte de sonho», teorizada por Pessoa como sendo «a arte moderna».

·        Sá-Carneiro, em carta a Pessoa de 10 de Março de 1913, escreve «mais dois sonhos incluirei no Além», e a 16 desse mês, escreve: «Atualmente trabalho no Além que dentro de três semanas deve estar concluído».
 
·        Almada Negreiros escreve em  Cena do Ódio, para o Orpheu III:
« eu quero sempre muito mais 
e mais ainda muito pr'além-demais-Infinito... »

·        O referido poema de Almada foi dedicado a Álvaro de Campos, que escreveu:
«Sentir tudo de todas as maneiras,
Viver tudo de todos os lados,
Ser a mesma coisa de todos os modos possíveis ao mesmo tempo,
Realizar em si toda a humanidade de todos os momentos
Num só momento difuso, profuso, completo e longínquo.
[..]
Multipliquei-me para me sentir,
Para me sentir, precisei sentir tudo,
Transbordei, não fiz senão extravasar-me,
[…]»
(http://arquivopessoa.net/textos/821).
A demasia extravasa-se no texto poético.
De acordo com Shelley, em Defesa da Poesia, os poetas, num tempo uno, seriam como «os espelhos das gigantescas sombras que a futuridade lança sobre o presente» (SHELLEY, 1897: 98).


A jeito de conclusão da primeira parte, conto que me surpreendi com a polémica encontrada entre os dois críticos pessoanos, talvez a origem do encontro leitora e obra-alfarrábio na Livraria Antiga do Carmo. E reafirmo que a busca é um valor em si na condução do lema «aprender até morrer».

II. Texto
O primeiro capítulo intitula-se «Pessoa Ninguém?». A autora desenvolve essa ideia retirando-lhe a interrogação. Eu afirmo que Pessoa não pode ser Ninguém. Ele é um campo vasto de interioridade em ampliação contínua pelo exercício intelectual que o leva sempre mais além, pois esse é o seu objetivo – o mais além impossível. A interioridade trabalha-se e ele trabalhou-a intensamente até que acontecesse o inimaginável para o homem comum. E Pessoa, que teve duas pátrias, escolheu definitivamente a sua: a língua portuguesa, a do padre António Vieira. Leyla reconhece-lhe a pátria, por conseguinte, reconhece o cidadão, gerador da literatura pessoana. Esse cidadão, chamado Fernando Pessoa, vindo do Império Britânico, em 1905, assume que em Portugal há um deficit literário a preencher e que será essa a sua missão – a missão da «nova poesia portuguesa». tendo como precursora a poesia de Antero de Quental e como direção uma «nova Renascença Portuguesa». Traça o projeto em 1912, nos artigos sobre «a nova poesia portuguesa», e cumpre-o. A meu ver essa é a unidade de Fernando Pessoa: uma missão de cidadania literária cumprida por Fernando Pessoa, cidadão da Língua Portuguesa. Ele sabia que os impérios caem, mas as línguas imperiais ficam. E a sua obra continua a cumprir a missão para a qual foi construída. Tanto ele não sabia.
A autora afirma que literariamente ele é «um painel de contradições» assumidas. Concordo com essa afirmação, pois os paradoxos sempre o interessaram, como refere, no Diário de 1913, ter tido «várias ideias para paradoxos» e «variadíssimos conceitos paradoxais». Vários estudiosos pessoanos escreveram sobre o assunto: T.R. Lopes afirma que é através do Dr. Nabos (uma das primeiras personalidades literárias de Pessoa) que «o jovem Pessoa começou a exercitar-se no jogo do paradoxo chocante»; Pierre Rivas: escreve «Tout, chez Fernando Pessoa, est marqué du signe du paradoxe, qui est un des visages de la modernité»; Jorge de Sena, por seu lado, aponta como influenciadores do culto pessoano do paradoxo «as tendências esteticistas [inglesas] do fim do século que ele teria conhecido (Óscar Wilde, etc.) como um desafiador antivitorianismo e com que aprendeu o culto do paradoxo e dos refinamentos audaciosos da expressão […]».
Assim, «o painel de contradições» é ainda um trabalho de ampliação intelectual de grande rentabilidade poética. Estamos perante um poeta artífice, na linha dos poetas construtores (Edgar Allan Poe e Paul Valéry), que encaram os poemas como objetos construídos em labor interminável e complexo, subtil e refinado. Pessoa acrescenta ainda o poder dramatúrgico para o conjunto da sua poesia.
Escapa à autora o valor do dialogismo na obra de Pessoa. Ele dialoga intelectualmente com os textos que lê e absorve, criando novos textos. A intertextualidade é assumida na sua obra. Ricardo Reis escreve: «Deve haver, no mais pequeno poema de um poeta, qualquer coisa por onde se note que existiu Homero». É nesse cortejo de poetas maiores, com início na antiguidade grega, que ele faz a sua inscrição. Porém, não se fica pela antiguidade, ele absorve o real para o transformar. Veja-se a absorção das cartas de Paris do amigo Sá-Carneiro, em 1913, e a sua transformação poética em certos versos do poema Pauis, trabalho desenvolvido em «Diálogo Poético» (Domingues, 2013).
Escapa também à autora o Fernando Pessoa que se diverte a «pregar partidas», tão próprio dos homens do seu tempo. E assim nasce o proto Alberto Caeiro, para pregar uma partida ao Sá-Carneiro. E Pessoa refere, em carta a Cortes Rodrigues, de 4 de outubro de 1914, o achado de uma farmácia A. Caeiro, na Avenida Almirante Reis, e acrescenta: «A outra é melhor». E conta ao amigo a partida a António Ferro, combinada com o Guisado, para que Ferro acreditasse na existência real do dito heterónimo.
Dentro do mesmo estado de espírito, poder-se-á inserir o dialogismo de certas cartas e poemas de Mário de Sá-Carneiro com poemas de Pessoa, nomeadamente, o poema Partida  com o poema Pauis.

Saliente-se, a terminar, que a referida obra de Leila Perrone-Moisés merece uma leitura atenta, pois muito se aprende com o trabalho sério da investigação realizado na obra de Pessoa, que tem como suporte uma bibliografia rica e atualizada para a época – 1982 –, nomeadamente, o suporte da obra de base psicanalítica de Jacques Lacan (1901-1981).

Agosto de 2015
Maria José Domingues

Bibliografia
COELHO, Jacinto do Prado (1987) – Diversidade e unidade em Fernando Pessoa, 9ª, ed., Lisboa, Editorial Verbo.
PERRONE-MOISÉS, Leyla (1982) – Aquém do eu, além do outro, Livraria Martins Fontes, Lda., S. Paulo.
DOMINGUES, Maria José Lopes Azevedo (2013) - Fernando Pessoa e «A Nova Poesia Portuguesa»:da teoria à concretização poética em Pauis, em

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