quarta-feira, 15 de junho de 2011

Regresso de Saramago: uma rosa para Pilar

Regressam as cinzas, pois o espírito estará sempre com os seus leitores, aqui ou noutro lugar do mundo.
Ler Saramago é sempre encetar uma viagem difícil, por isso, muitos desistem. O narrador saramaguiano não dá tréguas ao pensamento e à reflexão. Tudo tem o seu quê, mesmo a expressão mais banal.Vira-a do avesso, espreme-a e a ironia discursiva faz despertar um sorriso e a vontade de falar com alguém acerca do assunto.
Estudar uma obra de Saramago aumenta o deleite do leitor pelo que o texto revela do universo humano, sobressaindo a valorização do povo que ele tão bem conhece e tão bem dá a conhecer de uma forma dinâmica e mágica. E recordo a figura da jovem Maria com a tigela da terra que brilha nas mãos, em o Evangelho segundo Jesus Cristo. 
Saliente-se a beleza do discurso amoroso, em obras como o Memorial do Convento, para o par Blimunda e Sete-Sóis, e o Cerco de Lisboa, para o par Maria Sara e o revisor. O valor simbólico daquela rosa de amor que circula entre as duas últimas personagens referidas colheu-o Pilar Del Rio,aquela que muito ama e muito foi amada. Para ela irá sempre essa rosa.