sábado, 9 de janeiro de 2016

Ano Novo



O rio do tempo passa devorando flores e amores
Passeiam na margem os contempladores
Centenários plátanos espelham-se nas águas do Letes

Meninas de branco dão as mãos e olham interiores
Plenos de sonhos e desejos de amores
As águas cantam e choram alegrias e tristezas
Do bando chilreante da brancura que a negrura guarda

Voar em busca do futuro depois da curva do rio
Que esconde novos seres a descobrir e a criar
E as meninas de branco a aguardar
De olhos glaucos na curva do rio
Sentem no corpo o desejo forte do amor
É a ele que amam com fervor
Ele é o guia do devir

Aos pares vão banhar-se nas águas sanguinolentas
Da procriação ininterrupta que alimenta o mundo
O coração dilata-se e é uma casa grande
Abre-se a mesa e todos ceiam
Este é o meu corpo






poesia zed, 2 de janeiro