quarta-feira, 26 de maio de 2010

Porque é que o céu nocturno é escuro?


Imaginem quem  foi a primeira pessoa a dar «a chave para a a resposta correcta»: 
o escritor  (astrónomo amador) Edgar Allan Poe (1809-1849), em Eureka: A Prose Poem. Escreveu assim: «Se a sucessão das estrelas não tivesse fim, então o fundo do céu apresentaria uma luminosidade uniforme, semelhante à que é exibida pela Galáxia - por conseguinte, não poderia haver absolutamente nenhum ponto, em todo esse fundo, onde não existisse uma estrela. Assim, a única maneira, de, em tais condições, compreendermos os vazios que os nossos telescópios encontram em inúmeras direcções, seria supor que a distância do fundo invisível [é] tão grande que nenhum raio vindo de lá pode chegar até nós».
As palavras de Poe, segundo Michio Kaku, contêm «a chave para a resposta correcta». Porém, hoje sabe-se que:
  •  «O Universo não é infinitamente antigo. Houve um Génesis». 
  • «O Universo tem apenas 13,7 mil milhões de anos de idade».
  • «A luz que chega aos nossos olhos tem um atalho finito».
  • «Quando olhamos para o céu nocturno, estamos a olhar para ele tal como era no passado».
  • «Para  o céu nocturno ser claro, o Universo teria de ter centenas de biliões de anos-luz» e não tem.
  • Outra razão para o céu ser escuro: «a duração finita das estrelas, medida em milhares de milhões de anos».
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    Depois de explanar essa informação, Kaku responde à pergunta do título, depois de formular outra pergunta: «o que há para além das galáxias mais distantes?». Responde então que entre as galáxias há apenas escuridão. «Esta escuridão é que faz com que o céu nocturno  seja escuro. [...) No entanto, esta escuridão é, na realidade, a radiação de fundo de microondas. Assim, a resposta final à questão [...] é que o céu não é completamente escuro». Se pudéssemos ver a radiação de microondas, veríamos a radiação do big bang  inundando o céu nocturno, todas as noites.
( KAKU, Michio, 2010, Mundos Paralelos - uma viagem pela criação, dimensões superiores e futuro do cosmos, Lisboa, Editora Bizâncio, pp.46-50).