terça-feira, 11 de maio de 2010

MARCHA PELOS DIREITOS HUMANOS - Braga 7 de Maio

E a poesia de António Gedeão voltou à rua, em Braga, inspirando as vozes orquestradas, jovens e adultas,   que ajudavam a Luísa a subir a calçada:  «Luísa sobe, / sobe a calçada, / sobe e não pode / que vai cansada. / Sobe, Luísa,/ Luísa sobe / sobe que sobe, / sobe a calçada. / [...] /   / Puxa que puxa, / larga que larga, / Anda Luísa [...]».
Em alguns rostos destas Luísas orquestradoras da Marcha pelos Direitos Humanos, o cansaço espreitava sem que a litania desse por isso.
E, ao som da poesia e do rufar dos tambores, a Marcha desaguava na Avenida Central, ladeada de mini-pavilhões sobre a BIODIVERSIDADE. Esta palavra dominou a semana bracarense, em termos da Ciência e da Educação. Por isso a MARCHA PELOS DIREITOS HUMANOS? Todos diferentes, todos iguais. Para quando?
Perfila-se, então,  no meu pensamento, Thiago de Mello e o seu poema Os Estatutos do Homem (Ato Institucional Permanente) :
Artigo I
Fica decretado que agora vale a verdade.
agora vale a vida,
e de mãos dadas,
marcharemos todos pela vida verdadeira.
[...]

(a vida verdadeira, a biodiversidade, os direitos dos homens: a utopia em construção)

3 comentários:

  1. Como sempre és muito profunda na tua análise. Também pergunto para quando? Talvez seja importante sair do mini-pavilhão de cada um de nós e criar o grande pavilhão do ser humano, onde cabem todos os mini-pavilhões. Talvez seja necessário a escola assumir-se como verdadeiro serviço público de qualidade que pretende ser um espaço que vai permitir a todos uma melhor qualidade de vida (acesso à Educação e Cultura para Todos). E claro um local de cidadania responsável.

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  2. Quem pode dizer-se num dia não, quando traz para o aniversário do seu Blog, António Gedeão, ilustre poeta e pedagogo, com a tão extraordinária Luísa Sobe a Calçada, dando voz à MULHER, sofrida, sofredora, cansada, lutadora, amante e amada, redentora...
    Quem pode dizer-se em dia não, quem recorda Thiago de Mello, com o seu Poema Os Estatutos do Homem?
    As mulheres cansadas, como a Luisa, que sobem a calçada, que decidem subir a calçada, não desarmam, apesar de todas as litanias. Dizer não aos dias não, faz parte da Marcha. A Marcha pelos Direitos Humanos, um compromisso da e com a Cidade. A Polis.
    Quanta intensidade: uma das orquestradoras, a Ondina, vem com sua metáfora do grande pavilhão do ser humano: A Marcha vai continuar porque esse Pavilhão ainda não existe, é urgente que exista, que Mulheres, Homens e Crianças, juntos, possam entrar e fruir a VIDA. Parabéns, Seniora, por este aniversário, onde a PALAVRA se espraia.

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  3. As vossas palavras enchersm-me de ânimo para continuar a espraiar a palavra (minha e vossa). Agradeço-as e recebo-as como um presente de aniversário do meu blogue.

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